Stop & Go: Daniel Oliveira

Acredito que todo piloto tem um sonho de chegar ao WRC. O que tenho de fazer agora é trabalhar em cima de meu desenvolvimento

Warm Up




MARCUS LELLIS [@marcuslellis]
de São Paulo

O Brasil terá um representante no IRC, campeonato abaixo do WRC, em 2010: Daniel Oliveira. O baiano de 24 anos tem uma curta carreira em ralis de velocidade, mas já acumula experiência em grandes competições do esporte. Em 2009, o piloto participou do Rali da Argentina, válido pelo Mundial.

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A trajetória de Daniel tem sido meteórica. Antes de ter a primeira oportunidade no Mundial de Rali, Oliveira só tinha disputado três provas. Aos poucos, foi aprendendo as características da categoria, que não possui tradição de ter a presença de brasileiros nas principais competições.

O baiano vem tentando derrubar essa barreira e conta com aliados muito fortes para isso. Durante sua participação única no WRC, conheceu Manfred Stohl, austríaco que participa do Mundial de Rali e é dono de equipe, a Stohl Racing.

O contato com o experiente piloto foi mantido, enquanto Oliveira disputava o Campeonato Argentino de Rali. Foi assim que surgiu a oportunidade de disputar boa parte da temporada do IRC. Daniel se encontrou com Manfred, e o acerto entre os dois foi relativamente rápido.

Inicialmente, o acordo valeria para o Rali de Monte Carlo, um dos mais tradicionais do mundo – que começa nessa terça-feira (19) –, e as etapas na América do Sul (Brasil e Argentina), mas o brasileiro confirmou ao
Grande Prêmio que já tem garantida a disputa de oito das 12 etapas do campeonato de 2010, com um Peugeot 207 S2000.

Com essa chance de ouro, o baiano pretende dar um salto em sua carreira. O plano é de ter um ano de aprendizado, já que o piloto vai passar por terrenos onde nunca correu na vida, com neve e gelo. A expectativa é de ter bons resultados que lhe assegurem a continuação na equipe. E o WRC segue sendo um sonho para ele.

O
GP conversou com Oliveira, que falou sobre a oportunidade que vai ter em 2010 e o que espera de sua participação no IRC.

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Grande Prêmio: Como surgiu a oportunidade para correr no IRC? O acerto foi rápido?
Daniel Oliveira: Na verdade, eu venho desde 2009 com o objetivo de crescer dentro do esporte e resolvi encarar esse desafio. Conheci o Manfred Stohl na Argentina fazendo treinos na Forester, que estava sendo desenvolvida para o Rali Dacar. Batemos um papo lá, e ele me convidou para conhecer sua estrutura na Áustria. Papo vai, papo vem, definimos nossa participação na etapa de Monte Carlo e, consequentemente, Argentina e Brasil.

GP: Como foi a sua preparação para a competição?
DO: Estou agora em Nice (França) para começar o levantamento da prova, que vai até o dia 18. A preparação foi feita em dois dias de treinos com circunstâncias de gelo e neve em montanhas na Áustria. Foi realmente algo totalmente diferente do que já conheço, e penso que fazer o rali de Montecarlo será um grande desafio pra mim.

GP: Quais são suas expectativas para essa temporada?
DO: Muito boas! Espero poder aproveitar muito a experiência de todos na equipe, em principal do piloto e chefe Manfred Stohl, que tem me ajudado muito nesses dias.

GP: Quais são as principais diferenças entre o IRC e o WRC?
DO: São dois campeonatos muito bons. O IRC é um campeonato novo, tem tido uma ótima aceitação por todos e atraído muitas fabricas a voltar ao mundo dos ralis. Acho que, no momento, é a melhor opção para meu crescimento, visto que o WRC está passando por uma fase um pouco difícil.

GP: Você disputou uma etapa do WRC no ano passado. Como foi essa experiência?
DO: Muito boa. Foi minha terceira prova com um carro de rali de velocidade e tive um ótimo desempenho. Foi um rali bastante duro, e isso me serviu bastante.

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GP: Esse ano, você vai encarar desafios inéditos, como correr na neve e no gelo. Como é correr em traçados como esses, na neve?
DO: Totalmente distinto. Esses dois dias de treinos aqui foram essenciais para ter uma noção do que era andar em cima dessas circunstâncias. Muito difícil e técnico.

GP: Você tem uma carreira recente no rali de velocidade. Como você foi parar no rali de velocidade, como surgiu a vontade de seguir esse ramo no automobilismo?
DO: Desde pequeno, sou apaixonado pelo automobilismo e velocidade. Andei de kart dos nove aos 13 anos e tive de parar por circunstâncias maiores. Dez anos depois, fiz uma corrida de cross country, acabei indo pro rali e me apaixonado pelo esporte.

GP: O rali de velocidade não tem muita mídia e não atrai muita atenção no Brasil. É difícil arranjar patrocínios, apoios nesse esporte?
DO: Sim, sim, muito difícil. Ainda não teve ninguém para abraçar a causa a fundo para dar certo e virar algo popular, como foi feito com a Stock Car. Acredito que, fazendo um bom trabalho, poderia dar certo. A Copa Peugeot, por exemplo, é um lindo campeonato e um exemplo disso.

GP: Como está sua expectativa para correr em Curitiba?
DO: Muito boa! Não vejo a hora de ir para o Brasil e conhecer os trechos.

GP: Qual é o seu plano de carreira? Pretende chegar no WRC no futuro próximo?
DO: Acredito que todo piloto [de rali de velocidade] tem um sonho de chegar ao WRC. O que tenho de fazer agora é trabalhar em cima de meu desenvolvimento.




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