Daniel Oliveira participou do levantamento do mais tradicional e difícil evento da temporada, o Rally de Monte Carlo, enfrentando neve e gelo




Pelo levantamento do trajeto do Rally de Monte Carlo, etapa de abertura da temporada 2010 do IRC (Intercontinental Rally Challenge), Daniel Oliveira prevê um grande desafio já em sua estréia. "O levantamento foi muito bom, mas vai ser um rali muito difícil. Há muita imprevisibilidade nos trechos, porque você está no asfalto seco, acelerando, e de repente, ao entrar em uma curva, encontra gelo na superfície", disse o piloto da equipe Stohl Racing.

A prova de Monte Carlo é a mais antiga do rali mundial. Cercada de história e reverência pelos fãs do esporte a motor internacional, a prova disputada pela primeira vez em 1911 e tem característica marcante o fato de reunir condições climáticas instáveis. Neste rali, o piloto pode encontrar, em uma mesma especial, trechos com asfalto seco, neve, piso congelado, chuva - tornando a pilotagem bastante difícil e técnica. "A previsão do tempo aponta mais neve", afirmou Oliveira, que nunca competiu nestas condições. Nos próximos dias, as temperaturas em Mônaco devem variar entre -1ºC e 6ºC, com neve durante algumas noites e períodos com chuva entre quarta, quinta, sexta, sábado e domingo.

Por causa de tantas alterações nas condições do piso, o que pode ocorrer em uma mesma especial, os pilotos do IRC contam com a ajuda do "Ice Crew": algo como "equipe do gelo" em inglês, formada por um piloto e um navegador que seguem na prova com um carro da organização, mas preparado como se fosse disputar o rali. A dupla percorre o trajeto da especial duas horas antes da largada para checar as condições do percurso. "Eles fazem um levantamento prévio para ver onde há mais neve e gelo, e então orientam a organização da corrida sobre que tipo de pneu que os competidores irão usar naquela especial", explicou Oliveira.

O piloto brasileiro do Peugeot 207 da categoria Super 2000 se diz empolgado com a estréia, mas mantém os pés no chão. "O Rally de Monte Carlo é tão tradicional e badalado quanto difícil. O piloto tem que ter muito cuidado, é uma corrida para se usar a cabeça, porque é muito fácil sair da pista, sofrer um acidente e abandonar o rali. É preciso estar preparado para enfrentar imprevistos, porque as condições mudam muito. O perigo é grande, assim como a margem para erros", contou, apontando que nesta etapa, em especial, o índice de abandonos é de até 40%.

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